Dicionário

Hipófise ou glândula pituitária – De formato oval e pesando cerca de 0,6g, esta glândula fica na base do cérebro. É formada por duas partes ou lóbos - o adeno-hipófise e o neuro-hipófise. A primeira porção origina-se, a partir do epitélio do céu da boca. A segunda tem origem no sistema nervoso e não produz hormônios - apenas armazena e lança na circulação os hormônios produzidos pelo hipotálamo. Apesar de tão pequena, é fundamental para o nosso bem-estar, já que é responsável pela controle da atividade de outras glândulas, da produção de diversos e importantes hormônios e de várias funções do organismo como o crescimento, o ciclo menstrual da mulher, a gravidez e a secreção de leite pelas mamas. Por isso é também conhecida como a glândula mestra.

Hipotálamo – Apesar de corresponder a menos de 1% do volume do cérebro, é responsável por diversas funções prioritárias para o perfeito funcionamento do organismo. Ao hipotálamo estão relacionadas a fome, sede, saciedade, sono, libido, apetite sexual e a temperatura. Esta pequena estrutura também guarda os circuitos neuronais ligados às emoções, como a expressão do prazer, da raiva e da alegria. Enfim, pelo hipotálamo passam o equilíbrio da temperatura, a freqüência cardíaca, o controle da pressão arterial, o apetite, a sexualidade e a ligação entre o sistema nervoso e o sistema endócrino, já que também controla a hipófise, que por sua vez controla o sistema endócrino.

Homeostase – É o sistema por meio do qual o organismo mantém o equilíbrio das condições internas necessárias para a vida. Isto significa que, embora as condições externas possam estar sujeitas continuamente a variações, os mecanismos homeostáticos asseguram que os efeitos destas mudanças sobre os organismos sejam mínimos. No homem e em outros mamíferos superiores, homeostase acontece tanto nas células isoladas como nas integradas, nos fluidos corporais, tecidos e órgãos.

Exemplo de homeostase em mamíferos:

  • O equilíbrio da quantidade de água e minerais no corpo, conhecida como osmorregulação. É feita principalmente nos rins.
  • A remoção de resíduos metabólicos, conhecida como excreção, que acontece nos órgãos excretórios como os rins e os pulmões.
  • A regulação da temperatura corporal, realizada principalmente pela pele e pela circulação sanguínea.
  • A regulação dos níveis de glicose no sangue, feita principalmente pelo fígado e pela insulina segregada pelo pâncreas.

Fibromialgia – É uma síndrome que causa dor e rigidez nos músculos e nas articulações, além de problemas do sono e a fadiga crônica diurna. Apesar de atingir pessoas de todos os sexos e idades, as mulheres de meia idade são as mais afetadas.

A combinação da dor e de problemas do sono prejudica ainda mais os o pacientes com fibromialgia, porque se forma um círculo em que a dor impede o ato de dormir e, por outro lado, a privação do sono agrava as dores. O tratamento médico para a redução no distúrbio do sono geralmente melhora os sintomas da dor. 

A causa não é conhecida, mas há fatores diversos relacionados à fibromilagia como crises repetitivas de estresse, acidentes de carro ou outros acontecimentos traumáticos. Em alguns casos, pessoas da mesma família sofrem do problema, embora os pesquisadores não tenham certeza se isto está ligado a causas genéticas ou ambientais. A depressão e a ansiedade podem também ser sentidas por alguns pacientes.

Fogacho – É a sensação desagradável de calor sentida pelas mulheres no período da menopausa. O calor percorre todo o corpo, começando normalmente pelo rosto, e  é acompanhado de suor. Este é um dos sintomas da queda na produção do hormônio estrógeno pelo organismo feminino. Os fogachos, que duram em média três minutos, interrompem o sono e estes acordares freqüentes levam à fadiga e sonolência no dia seguinte. 

O tratamento de reposição hormonal ajuda a aliviar os sintomas, mas o resultado varia de mulher para mulher. Existe também o tratamento alternativo que prevê o uso de produtos derivados da soja ou mesmo o uso da isoflavona, uma substância similar ao hormônio, existente no grão. De qualquer forma, busque orientação com o seu médico.

Enurese noturna - É o conhecido “xixi na cama”, que constrange as crianças e aumenta o trabalho das mães. É difícil encontrar uma criança que nunca tenha molhado a cama, principalmente na época de treinamento para a retirada das fraldas. É variável a idade em que as crianças se tornam capazes de controlar a bexiga durante o sono. Este controle é um processo complexo, que envolve a ação coordenada dos músculos, dos nervos e do cérebro. Passa a ser problema se a criança, após os cinco ou seis anos, continuar a molhar a cama mais de duas vezes por mês. Se persistir depois dos seis anos, um pediatra deve ser consultado.

A criança pode ser ajudada pelos pais criando-se uma rotina para o início do sono, como evitar beber líquidos e ir ao banheiro antes de dormir. Ela deve ser acordada durante a noite e levada ao banheiro antes que molhe a cama.

Doença de Parkinson - É um distúrbio do sistema nervoso central que provoca a perda das células na parte do cérebro controladora dos movimentos. As pessoas com a doença sentem tremores, rigidez, pouca agilidade de movimento, falta de equilíbrio e dificuldades com a coordenação motora. Podem  ter problemas de memória, depressão e queixas de sono. É uma doença progressiva e incurável, cujos sintomas, geralmente, pioram com o tempo. A velocidade de progressão da doença é diferente para cada indivíduo.

Apesar das causas não serem totalmente conhecidas, sabe-se que provavelmente sua evolução ocorre devido a alguma interação entre os genes da pessoa e o ambiente no qual vive. Pode também ser secundária, ocorrendo em conseqüência de outra doença, exposição a determinadas drogas ou  de um trauma cerebral contínuo. De acordo com a Fundação da Doença de Parkinson, entre 15 e 25 por cento das pessoas com Parkinson podem ter um parente com a doença, ou seja, pode ser herdada. A idade é também fator de risco, com probabilidade maior de atingir os idosos do que os jovens

Os problemas do sono podem ser um sinal precoce da doença, mesmo antes que os sintomas do sistema motor apareçam. Alguns dos transtornos do sono mais comuns em pacientes com a doenção de Parkinson são: 

• Insônia 

• Sonolência Excessiva durante o dia 

• Pesadelos 

• Ataques do sono (um movimento involuntário repentino do sono) 

• Distúrbios de comportamento do sono REM

 • Síndrome das Pernas Inquietas 

• Apnéia do sono 

• Nocturia (urinação freqüente durante à noite) 

Pode existir conexão entre o distúrbio de comportamento do sono REM (representação do sonho durante o sono) e o desenvolvimento subseqüente da doença de Parkinson. Em um estudo,  descobriu-se que até 75% dos pacientes com distúrbio de comportamento REM desenvolveram distúrbio de tipo Parkinsoniano. Além disso, as pessoas com doença têm maior risco para desenvolver a Síndrome das Pernas Inquietas (SPI), que pode interromper  o sono. Entretanto, não há nenhuma evidência que estes transtornos sejam fatores de risco para o mal de Parkinson. Os sintomas relacionados com o sono podem ter grande impacto na qualidade de vida dos portadores da doença e os tratamentos devem ser feitos de forma integrada. 

Os sintomas resultam da perda gradual das células dos neurônios que liberam dopamina - um neurotransmissor que ativa os receptores da própria dopamina no cérebro. Procurar manter hábitos de sono saudáveis pode ajudar a aliviar os sintomas físicos e psicológicos da doença. 

Mais informações na Associação Brasileira de Parkinson  www.parkinson.org.br

Cafeína - Substância da família das xantinas é um leve estimulante do sistema nervoso central, vasodilatador e diurético.  É encontrada no café, chá, chocolate, guaraná, nas bebidas à base de  cola e em outros refrigerantes. O uso rotineiro e em excesso de alimentos contendo cafeína pode levar a pessoa a sentir alguns transtornos do sono e outros incômodos. Entre eles estão a insônia, tensão, taquicardia, contração muscular,  e ansiedade. A cafeína colabora para a piora da qualidade do sono e quem tem dificuldades para dormir deve evitar tomar café até 4 horas antes de ir deitar-se.

CPAP - É um aparelho (do inglês Continuous Positive Airway Pressure) de pressão aérea positiva continuada, geralmente de uso nasal, através de uma máscara de silicone, conectada ao equipamento por uma tubulação (a traquéia), possibilitando a respiração adequada. O CPAP é usado no tratamento da apnéia do sono e do ronco com resultados surpreendentes.

Ciclo do sono – Dormir não é simplesmente fechar os olhos e desligar-se do mundo. Muito pelo contrário, enquanto dormimos um outro lado do nosso organismo trabalha, prepararando o corpo para um novo dia. O sono noturno é composto por fases, que vão geralmente de quatro a cinco ciclos, com duração em torno de 90 minutos cada um. 

Os ciclos são repetitivos. Começam pelas quatro fases do sono NREM até chegar ao REM. Nos primeiros ciclos, os períodos de NREM são maiores. Quanto mais dormimos, vai diminuindo o tempo  do sono NREM. Em contrapartida, a duração do estágio REM vai aumentando. É neste último que acontecem os sonhos.

  •  A primeira fase dura aproximadamente cinco minutos. Começa com sonolência e caracteriza-se pela vigília, podendo a pessoa ser acordada facilmente. Os sonhos têm relação com fatos recentes.
  • A segunda fase dura de cinco a quinze minutos. A pessoa já dorme, mas não profundamente. O despertar por estimulação táctil é mais difícil e os sonhos acontecem como uma história integrada.
  • A terceira fase é semelhante à quarta. Para acordar a pessoa é preciso utilizar-se de estímulos mais fortes. Dura de quinze a vinte minutos.
  • O quarto período é de sono profundo e é difícil acordar a pessoa . Dura em torno de quarenta minutos. Ao terminar este ciclo, volta à terceira fase e, após cinco minutos, passa novamente para o segundo período e  entra novamente no sono REM. E tudo se repete.

Bruxismo – É o ato involuntário de ranger dos dentes enquanto a pessoa dorme. É classificado como um transtorno do sono e pode ser ocasional ou crônico, atingindo tanto adultos quanto as crianças.

Apesar das causas do bruxismo serem desconhecidas, um estudo liga-o à ansiedade, ao estresse, ao consumo do álcool, tabaco, à cafeína, à apnéia do sono, ao ronco e uso de determinados medicamentos. As pessoas que têm o problema podem desenvolver sintomas como dor de cabeça, de ouvido e dos maxilares, desgastes dos dentes e ter o sono interrompido. A severidade destes sintomas pode variar de pessoa para pessoa.

A diminuição do stress pode aliviar os sintomas entre adultos e nas crianças desaparecem quase sempre sem nenhum tratamento. Nos casos de bruxismo persistente, o dentista pode prescrever uma placa oral feita de silicone para proteger os dentes.

Para diminuir os sintomas, o paciente deve procurar relaxar antes de ir para a cama e manter uma rotina regular do sono. A privação do sono pode aumentar o stresse e desta forma o ranger dos dentes, tornando-se um círculo vicioso.

 

Acordares – A palavra veio do verbo acordar, que por sua vez originou-se do Latim “accordare”, despertar. O termo é usado para indicar que uma pessoa acorda por alguns segundos, na maioria das vezes sem perceber. Um exemplo é a apneia obstrutiva durante o sono. Neste caso a pessoa pára de respirar por pelo menos dez segundos e, como há redução da oxigenação sanguínea, o cérebro reage com um sinal de alerta, fazendo com que ela acorde. Pode ocorrer repetidas vezes durante a noite. Os acordares podem ser observados em laboratório, através de dados fisiológicos, como o eletro-oculograma (os olhos apresentam movimento), eletroencefalograma, as ondas cerebrais apresentam frequência mais elevada (ondas alfa) e através da medição do tônus das artérias periféricas - o efeito simpático ocasiona constrição arterial e este pode ser a única evidência do acordar, o denominado acordar subcortical.

Amígdalas e adenóide - As amígdalas e a adenóide fazem parte de uma estrutura chamada anel linfático de Waldeyer e por estar na entrada do trato respiratório superior é alvo de um grande número de infecções. As amígdalas estão localizadas na orofaringe e a adenóide atrás das fossas nasais. São formadas por aglomerados de células que têm a função de produzir anticorpos (tecido linfóide), que são proteínas envolvidas na defesa do organismo contra as mais diversas infecções. Esta função é mais importante na infância e puberdade, época em que começam a diminuir de tamanho. 

As amígdalas e a adenóide podem ser acometidas por problemas infecciosos e obstrutivos. Os primeiros podem vir ser acompanhados de febre, dor de garganta, mal estar e perda de apetite. No caso dos obstrutivos, os sintomas nem sempre são percebidos e decorrem do crescimento exagerado das amígdalas e da adenóide. Isto provoca na pessoa dificuldade de respirar pelo nariz, para se alimentar, roncos durante o sono, constante respiração pela boca, aumento da secreção nasal, tosse e diminuição da audição. 

Os processos infecciosos das amígdalas são tratados com medicação adequada para cada caso e quando se repetem seguidamente (amigdalite recorrente), ou quando levam a alguma complicação deve ser realizada a cirurgia para sua retirada. Os processos obstrutivos necessitam de cirurgia mais freqüentemente, quando também é retirada a adenóide, caso esta esteja exageradamente aumentada.

É importante consultar o médico sempre que houver a suspeita de infecção de garganta para evitar complicações mais graves, como a febre reumática ( que pode causar graves problemas cardíacos ) e doenças renais. Além disso, as crianças que respiram pela boca durante muitos anos, podem ter alterações irreversíveis no crescimento da face, levando a alterações da arcada dentária e da fala, necessitando de acompanhamento ortodôntico e de um fonoaudiólogo. 

A adenóide protege as vias respiratórias altas, avisando o organismo sobre as bactérias e vírus que são transportados com a respiração. O aumento exagerado da adenóide é típico da fase infantil, pois ela cresce até aos seis anos. Este crescimento pode decorrer de infecções das vias aéreas (rinites, sinusites, alergias) ou transmitida geneticamente. Tem como conseqüência a obstrução nasal, os roncos, a apnéia noturna e respiração bucal, que contribui para a deformidade da arcada dentária superior. 

Apnéia - A palavra vem do grego”ápnoia” e significa vontade de respirar. É um distúrbio caracterizado por breves paradas respiratórias - superior a 10 segundos - durante o sono, que são ocasionadas pela obstrução do palato e/ou da língua. 

Asma - É uma doença pulmonar caracterizada pela inflamação crônica das vias aéreas, que causa seu estreitamento e em consequência dificuldade respiratória. Esta obstrução à passagem de ar provoca no doente dificuldade para dormir e pode ser revertida espontaneamente ou com uso de medicamentos. 

As vias aéreas são compostas por tubos que dão passagem ao ar. Começam no nariz, continuam na nasofaringe, laringe e, no pescoço, tornam-se um tubo largo e único, a traquéia. No tórax, a traquéia divide-se em dois tubos (brônquios), direito e esquerdo, levando o ar para os respectivos pulmões. Dentro dos pulmões, os brônquios se ramificando e tornam-se cada vez menores, espalhando o ar. 

A pessoa asmática apresenta alterações nas vias aéreas ao ter contato com o estímulo desencadeador das crises, como mudanças climáticas, poeira doméstica, mofo, pólen, cheiros fortes, pêlos de animais, gripes, cigarro, ingestão de alguns alimentos ou medicamentos. A mucosa brônquica ( revestimento interno das vias aéreas), inflama-se devido à hiper-reatividade brônquica (sensibilidade aumentada dos brônquios). Ao instalar-se a crise de asma no paciente, a hiper-reatividade brônquica aumenta, provocando o estreitamento das vias aéreas, levando à tosse, ao chiado no peito e à falta de ar. 

Os mecanismos que causam a doença são complexos, mas cerca de um terço dos asmáticos possui um histórico familiar com pais, avós e irmãos com asma ou com outra doença alérgica. Alguns vírus e bactérias causadoras de infecções respiratórias podem contribuir em alguns casos de asma, que se iniciam na vida adulta. Geralmente, a doença tem início na infância e poderá ou não durar por toda a vida. 

Actígrafo – É um pequeno dispositivo eletrônico, que é colocado no pulso do paciente para monitoramento contínuo de atividade. O aparelho grava os níveis de atividades do organismo como calorias consumidas, movimento dos membros e níveis de sono, entre outras. São muito utilizados para o estudo de transtornos do sono.

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A Fundação Nacional do Sono, FUNDASONO, é uma entidade jurídica de fins não lucrativos e de direito privado. Criada em 12 de abril de 2002, na cidade de Nova Lima, Minas Gerais, reúne profissionais de diversas áreas preocupados em estudar as questões relacionadas ao sono.

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